A tecnologia social pode se transformar em alternativa de sustentabilidade de universidades e de pequenos negócios. A ideia, segundo a professora Sonia Marise Salles Carvalho, que atua na incubadora de Tecnologia Social e Inovação (CDT/UNB), é a se unir em torno de uma conexão que permita transformar a concepção e modelos da tecnologia social em políticas de desenvolvimento. “É preciso sensibilizar instâncias superiores”, disse a professora. A UNB, Fundação Banco do Brasil (FBB), Rede de Tecnologia Social, organizações não governamentais e institutos que desenvolvem tecnologia social compartilham essa concepção.
Uma amostra das possibilidades foi apresentada por estudantes da UNB durante a terceira edição do Campus Party Brasília que reuniu 100 mil pessoas no estádio Mané Garrincha, entre os dias 19 e 23 de junho, em Brasília. Feito em parceria com o Governo do Distrito Federal, a feira teve mais de 350 horas de atividades, com 300 palestrantes, 11º workshops e 9 mil ‘campuseiros’ – 3 mil ficaram acampados. Os estudantes da disciplina “Tecnologia Social e Inovação” apresentaram o trabalho final da disciplina – um banner e um artigo científico relatando a experiência de seis meses em busca de soluções para problemas concretos vividos pela sociedade.
Sonia Marise explica que durante o período os alunos pensam nos empecilhos e propõe soluções para vencê-los e alcançar o bem viver comunitário. Sempre tendo como foco os quatro pilares da tecnologia social: pensar demandas e soluções de baixo custo, alto impacto ambiental, cultural, social, que tenha protagonismo da comunidade e que possa ter aplicabilidade prática.
Ao final, a proposta será apresentada ao próprio decanato de Brasília, a instância superior. Para a professora Sonia Marise, diante da crise econômica que o país está vivendo a tecnologia social pode ser um dos fatores que promoverá a sustentabilidade da UNB.
Ela lamenta que dentro da política de inovação, na própria Lei de Inovação só tem uma frase que cita a tecnologia social. “Não temos política pública de tecnologia consolidada, temos alguns atores –que acreditam que a tecnologia social possa ser uma possibilidade histórica de desenvolvimento social e econômico do país – mas não tem essa sensibilidade por parte das políticas públicas”, afirmou.
O Centro de Estudos e Assessoria (CEA) participou da avaliação das tecnologias apresentadas, no domingo, dia 23 de junho. Além dos projetos de tecnologia social, a UNB teve um estande com cem metros quadrados e mais de 40 iniciativas de inovação selecionadas pelo Decanato de Pesquisa Inovação (DPI), Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) e Parque Científico e Tecnológico (PCTec).
Além de fortalecer a interação entre a Universidade e a sociedade, a experiência dá visibilidade às contribuições acadêmicas para o desenvolvimento local e nacional. “Mostramos, com uma linguagem mais acessível, o que fazemos em termos de pesquisa e inovação e o impacto disso na vida do cidadão comum. Isso é extremamente importante para valorizar a produção científica e tecnológica da Universidade”, diz Cláudia Amorim, que também considera esta uma importante oportunidade para incrementar a formação dos estudantes.
Para Bruno Goulart, gerente de inovação do Parque Científico e Tecnológico da UnB, a Campus Party evidencia a relação entre produção acadêmica e cadeia de inovação, que envolve desde a pesquisa básica até o mercado de trabalho. “O ecossistema de inovação da UnB tem como objetivo fazer essa conexão entre as esferas governamental, do setor produtivo e a Universidade em prol da sociedade. Essas ações precisam ser mostradas”, defende.
*Com informações da Secom/UNB]
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