Nesta sexta-feira (26/07) será inaugurado mais um biodigestor no assentamento Mangual, em Natalândia (MG). Vicente, o dono da propriedade disse que mal havia sido instalado, o equipamento já estava produzindo bastante gás. “Ainda não tem fertilizante, mas o gás está muito bom”, afirmou ele, ainda em fase de experimentação do biodigestor.
Este é o quinto equipamento instalado e funcionando em pequenas propriedades agrícolas, a maioria em áreas de assentamentos. Um equipamento está montado na Escola Técnica de Natalândia e há verba para a construção de mais quatro.
José Lopes da Silva, conhecido como Zé da Viola, pioneiro na construção de biodigestores adaptados para a região.
Se orgulha de participar dos projetos desde o início. Para ele, o retorno é maravilhoso. “A gente está contribuindo com o meio ambiente, num projeto inovador que traz inúmeros benefícios”, diz se referindo ao uso de dejetos de animais como matéria prima para produzir o gás e biofertilizante.
Segundo Zé da Viola, em pouco mais de um ano um grupo de produtores já domina esta tecnologia batizada de Primobio (primeiro biodigestor sertanejo selado construído no Brasil). Selado porquê tem um selo d´água que evita vazamento ou perda de gás metano.
A tecnologia social inovadora está se espalhando – cinco biodigestores já estão prontos. O primeiro, construído sob a forma de mutirão, em maio de 2017, resulta da parceria entre o Centro de Estudos e Assessoria e a prefeitura de Cabeceira Grande (MG). O primeiro protótipo custou em torno de R$ 8 mil e foi montado durante um curso de 48 horas ministrado por técnicos do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Hoje o custo estimado é de R$ 6 mil.
Outra parceria fundamental ocorreu com o Laboratório Educacional de Tecnologia Social e Energias Renováreis (LETS) e o Centro de Educação Popular e Formação Social (CEFPS-PB). Hoje, o sonho é replicar os modelos, intensificar a divulgação para que outros municípios possam conhecer e adotar o projeto. Atualmente, 20 produtores da agricultura familiar participam deste projeto de tecnologia social, formando um total de 120 pessoas diretamente beneficiadas. Ainda não é possível medir o total dos indiretamente beneficiados, porquê além de gás, muitos recebem biofertilizante e biomassa, ricos em matéria prima que fertilizam a terra.
VANTAGENS
Entre os benefícios de se ter o equipamento na propriedade, o uso do biodigestor permite o destino correto e sustentável dos dejetos animais – de gado, suíno, de galinhas – antes, um problema para as pequenas propriedades da agricultura familiar, em especial produtores de leite.
É uma opção de aproveitamento da energia renovável e de ótimo rendimento – diminui custo com gás, energia elétrica externa, proporcionando energia limpa e aproveitamento de subprodutos, a exemplo do biofertilizante que pode ser usado em horas, lavoura, pomares e hortas, favorecendo assim a produção agroecológica orgânica e sustentável.
O gás pode ser usado em chocadeiras, caldeiras, secagem de mandioca, preparo de doces, rapaduras entre outras infinitas atividades. Daí justificar até mesmo o nome Projeto Inovar – biodigestores renovando energia, cidadania e solidariedade.
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