O Estudo CEA traz um novo artigo, resultado da parceria com o professor Jonas de Oliveira Bertucci. No artigo, publicado inicialmente em junho de 2010, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o professor questiona sobre o processo contínuo de construção participativa e a institucionalização da economia solidária, ocorrido na última década.
Segundo ele, embora essa política seja apresentada no debate público como estratégia de desenvolvimento – nas conferências, se chega a esboçar elementos para uma nova sociedade, “emancipada”, a partir de uma crítica ao capitalismo. Na prática, as políticas se limitam a um conjunto de ações setorizadas, restritas em sua maioria ao apoio às unidades de produção autogestionadas.
O professor avalia que nesse contexto, a luta pelo direito ao trabalho associado no campo prático da economia solidária talvez esteja mais ligada a uma estratégia de inclusão e geração de renda destinada a uma camada da população fragilizada frente ao mercado que a um projeto de mudança social.
Ou seja, em outros termos, as demandas apresentadas nas conferências não dizem respeito ao conjunto da sociedade e não se refere a um contramodelo, tendo pouco impacto sobre o status quo e o modo de vida moderno.
Tal contexto significa que parece impreciso – e talvez até perigoso – defender a política de economia solidária, na forma como ela tem se consolidado, enquanto projeto de desenvolvimento, acaba por restringir a concepção de desenvolvimento.
A tese um tanto crítica procura chamar a atenção, de forma propositiva, para os possíveis caminhos que serão tomados a partir do processo de debate nacional que acontece neste momento.
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