O acúmulo de conhecimento e visão de médio e longo prazo são aspectos positivos e um capital importante adquiridos por agentes de desenvolvimento local que atuam em empreendimentos solidários distribuídos em estados da região Centro Oeste: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Este é o resultado da avaliação feita pela coordenação que se reuniu durante dois dias, em Brasília, para analisar a atual situação dos empreendimentos nessas regiões e buscar estratégias para os próximos meses, tendo em vista o cenário de cada arranjo econômico trabalhado, o conjunto formado entre eles na região, e o cenário político-social e institucional atual.
Dezesseis meses desde o início dos projetos é possível avaliar os desafios superados, principalmente em função de atrasos na liberação de recursos para a compra de equipamentos. “Terminamos essa etapa trabalhando com dificuldades, sem medir esforços, usando nossos equipamentos – computador, telefone celular, transporte – tendo como objetivo maior cumprir o trabalho ao qual nos propusemos”, disse coordenadora da Rede Centro Oeste em Mato Grosso, Dalva Christiane do Nascimento.
O objetivo do projeto CO Solidário já é desafiador, afinal promover e fortalecer a comercialização solidária e o consumo responsável por meio de apoio a arranjos econômicos territoriais, numa região dominada pelo agronegócio, é tarefa árdua. Para um dos fundadores do CEA, José Boaventura Teixeira, o “Teixeira”, esse projeto produziu muito – tanto para coordenadores e agentes, quanto para o pessoal que está na ponta.
Depois de um tempo afastado do CEA, em função de outros trabalhos e de saúde, Teixeira avalia que o CEA deixa como legado a esperança de que é possível provocar consciência social voltada para a economia solidária, no sentido de trabalhar coletivamente, produzir solidariamente. Ele avalia que fortalecer a economia solidária traz o desafio de aglutinar as pessoas. “Esses dois dias de trabalho fortaleceu a esperança de um mundo novo, uma semente que está começando a firmar lá na ponta, nas bases, nos empreendimentos, nas pessoas que estão produzindo para sobreviver”, afirmou.
Cristão, ele crê que Jesus se fez homem para humanizar o mundo. E cita uma frase do Frei Carlos Mesters, na qual ele diz que o mais importante não é ser cristão, mas sim humanizar o mundo, “E a economia solidária tem muito disso Ela quer humanizar a sociedade, as relações, é fundamentalmente humano”, disse.
Para a assessora técnica do projeto Centro Oeste Solidário em Goiás, Aline de Souza Araújo, a palavra resistência ganha novo significado diante da atual realidade política e social. A construção de parcerias a fim de fortalecer e capacitar trabalhadores e especialmente mulheres é essencial. “Capacitar, ressignificar função do trabalho para muitas mulheres tem sido compensador”, disse. Muitas mulheres são chefes de família e trabalham tanto na agricultura quanto na produção artesanal.
Já a coordenadora do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), Maria Odília da Silva, considerou a construção cotidiana do ser humano, a sua própria história de vida, como contribuição para a constante busca de um mundo melhor.
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