A Feira recebeu nos quatro dias cerca de 10 mil pessoas, que encontraram nos 40 estandes produtos como: polpas de frutas, polvilho, farinha de mandioca, doces, geleias, mel e derivados, artesanatos, rapadura e açúcar mascavo. A diversidade a a força da produção advinda das áreas da reforma agrária. Já dos grupos que vieram do nordeste, sudeste e sul o público pode adquirir: bolos, balas, biscoitos, barras de cereais, trufas e bombons elaborados a partir de frutas típicas da região como mangaba, entre outras, além de produtos do milho e da mandioca/macaxeira.
Dos 40 estandes da feira, 5 foram destinados aos empreendimentos econômicos solidários de Goiás, participantes do Fórum Goiano de Economia Solidária (FEES-GO) e da FETRAF/GO, e os demais foram divididos entre agricultores familiares e assentados dos estados do Centro-Oeste, além dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins. A feira recebeu 12 (doze) caravanas do Estado de Goiás dos municípios de Araguapaz, Caiapônia, Corumbá de Goiás, Doverlândia, Faina, Goiás, Heitoraí, Itaberaí, Moiporá, Silvânia e Vila Propício.
Desde a última edição em 2014, que aconteceu no município de Morrinhos/GO, houve uma abertura, a partir da articulação do FEES-GO, para empreendimentos econômicos solidários urbanos pudessem também expor seus produtos na feira livre da Agro Centro-Oeste. A partir desta experiência e das articulações da FETRAF/GO – Federação dos Trabalhadores/as da Agricultura Familiar do Estado de Goiás criou-se uma abertura de diálogo entre a Universidade Federal de Goiás (UFG), o Departamento de Desenvolvimento Rural da Faculdade de Agronomia, através do Professor Gabriel Medina e o Fórum Goiano de Economia Solidária para a participação dos empreendimentos econômicos solidários do estado e também para que planejassem coletivamente um seminário temático sobre Economia Solidária e Acesso a Mercados.
O Fórum, em conversa com a organização da AGRO Centro-Oeste, sugeriu ainda para a próxima edição da feira a circulação da Moeda Social Pequi. Outra proposta foi ampliar o diálogo para que a feira nas suas próximas edições passe a ser conhecida como Agro Centro-Oeste Familiar e Economia Solidária.
Participação dos EES na Feira
O FEES-GO e a FETRAF/GO foram representados nos 5 (cinco) estandes que reuniram acampamentos, assentamentos da reforma agrária, comunidades tradicionais e empreendimentos econômicos solidários de diversos municípios goianos, sendo os:
1. Assentamento Santa Rita – Jataí/GO;
2. Assentamento Três Pontes – Perolândia/GO;
3. Assentamento Padre Ilgo – Caiapônia/GO;
4. Assentamento Varjão – Varjão/GO;
5. Comunidade Tradicional de Amaralina – Amaralina/GO;
6. Comunidade Tradicional de Palestina – Palestina de Goiás/GO;
7. Saberes da Terra Mãe – Trindade/GO;
8. Associação Cultural de Anápolis – Anápolis/GO;
9. Grupo de Mulheres Negras Dandara do Cerrado – Goiânia/GO;
10. Bonecas e Cores – Goiânia/GO;
11. Casa de Biscoito Dindinha – Niquelândia/GO;
12. Associação dos Pequenos Produtores da Região de Bom Sucesso (APRO-BOM)
Nazário/GO;
13. Associação das Catequistas – Goiânia/GO;
14. Rede Solidária Berço das Águas – Goiânia/GO
15. COOPERCOISAS – Iporá/GO;
16. Banco Pequi – Iporá/GO;
17. Grupo Tempero Vivo – RJ
Os dezessete grupos articulados pela FETRAF/GO e pelo Fórum Goiano de Economia Solidária comercializaram e expuseram produtos como: artesanatos, tapetes de tear, fitoterápicos, geleia, mel, rapadura, açúcar mascavo, doces caseiros, sementes, melancia, mandioca, polvilho, farinha de mandioca, milho, amendoim, banana, pimenta, maracujá, mucuna, machiche, mudas do cerrado, temperos e biscoitos com frutos do cerrado.
Seminário – Economia Solidária no Brasil e em Goiás – Acesso a Mercados
Parte da programação oficial da feira, o Seminário, foi promovido pelo Fórum Goiano de Economia Solidária com apoio do Centro de Estudos e Assessoria. Aconteceu no dia 15/05, na sala 2 do Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Goiânia/GO.
Seu objetivo foi sensibilizar docentes, discentes e os participantes da Agro Centro-Oeste para que possam debater e conhecer a Economia Solidária no Brasil e em Goiás e os Programas do Governo Federal como PAA e PNAE.
Ademar Bertucci (Fórum Brasileiro de Economia Solidária e do Centro de Estudos e Assessoria – CEA) apresentou a Trajetória da Economia Solidária no Brasil, provocando os acadêmicos sobre a palavra ECONOMIA que em grego é CUIDADO DA CASA. Apresentou a linha do tempo da ECOSOL e destacou a importância dos Fóruns Mundial Social que afirma que Outro Mundo é Possível e que em comunhão afirma-se que Outra Economia Acontece. Ressaltou a criação do Fórum Brasileiro de Economia Solidária e no Governo Lula em 2003 a criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária no Ministério do Trabalho e Emprego; as Conferências e Plenárias de Economia Solidária foram apresentadas de acordo com cada temática. As bandeiras do FBES: Formação, Finanças Solidárias, Marco Legal, Produção, Comercialização e Consumo foram fundamentais para os participantes compreendessem a organização do movimento.
Maria Odília Rogado (Rede Solidária Berço das Águas) contribuiu na trajetória da economia solidária apresentando os 10 anos do Fórum Goiano de Economia Solidária, com articulações e mobilizações em prol de Projetos como Centro de Formação em Economia Solidária – ECOCUT/GO, Fundos Rotativos Solidários – CEA, das Feiras Microrregionais, Estadual de Economia Solidária – IMS, da Caravana de Economia Solidária, a Lei Estadual de Economia Solidária, e o processo das Conferências Territoriais e Estaduais de Economia Solidária. Os participantes puderam conhecer e debater os avanços, desafios e a organização da economia solidária no Brasil e em Goiás.
Para tratar do tema Acesso a Mercados, o seminário contou com assessoria de João Bertolino da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário – MDA/GO destacou que a agricultura familiar é um modo de vida. Apresentou que empreendimentos econômicos solidários em Goiás participam dos Programas como PAA e PNAE, como é o caso da APROBOM do município de Nazário/GO, onde os agric
ultores familiares entregam polpas de frutas e outros produtos como abóbora, alface, beterraba, cenoura, couve, milho e tomate. Fundamentou que a organização dos agricultores familiares é essencial para garantir a ampliação deste processo em Goiás, neste momento que o MDA retoma a discussão dos territórios, onde quem gesta os recursos são os conselhos territoriais. E lançou o desafio que é espaço de articular e fomentar fundos rotativos solidários para que fortaleça esses grupos.
Estiveram presentes no seminário 40 (quarenta) pessoas, sendo acadêmicos das Faculdades da UFG de Goiânia/GO: Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Jornalismo, Veterinária, Zootecnia, Geografia; Instituto Federal Goiano – IFGoiano da Faculdade de Agronegócio – Rio Verde/GO, da Universidade Estadual de Goiás – UEG da Faculdade de Geografia – Iporá/GO; além de representantes de Acampamento Canaã de Goiatuba/GO, Assentamentos dos municípios de Jataí/GO, Heitoraí/GO, Anápolis/GO, Caiapônia; do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Silvânia/GO, EES de Nazário/GO, Goiânia/GO, Anápolis/GO. Dentre os participantes, acadêmicos dos Projetos de Extensão da UFG, como Incubadora Social que acompanham o Projeto CATAFORTE – PROINC, PROEXT e uma acadêmica da Argentina que acompanha a FACE/UFG com a Cooperativa de Reciclagem e Movimento Terra Livre.
Fonte: Claudia Lima – Cajueiro / FEES-GO
Comment
Danilo
Bem esclarecedora a matéria.