A busca por eficiência marcou a terceira reunião territorial realizada no Distrito Federal e Entorno, no sábado (27/07). O encontro teve a presença de empreendimentos do Distrito Federal e dos municípios goianos de Novo Gama, Cocalzinho de Goiás, Flores de Goiás e de Alvorada do Norte. A reunião contou com a participação de 35 pessoas que trabalham, principalmente, na produção agrícola e artesanato.
No artesanato, o principal eixo do planejamento é a estruturação da Central de Compras e Vendas que envolve a coordenação das compras coletivas de insumos e a articulação especializada de mercado consumidor. Também está em debate o processo de organização da Loja que funciona no Centro Público e a agenda de feiras para o trimestre.
Na pauta da produção agrícola está a estruturação do arranjo econômico. Ela passa pelo planejamento da produção, o acompanhamento técnico, o estudo da logística (rotas para comercialização), o acesso a mercados diferenciados e o suporte administrativo financeiro. Uma parte do grupo de agricultores está buscando acessar o mercado consumidor da CEASA DF para dar escoamento à produção colhida. Há risco de perda. Então eles devem articular, até o próximo dia 9 uma rodada de busca, transporte e venda dos produtos.
Em entrevista, produtores e artesãos consideraram a reunião exitosa. Nas palavras do secretário de Meio Ambiente de Flores de Goiás (GO) e presidente da Cooperbom, Fabiano da Silva Pereira, a formalização da parceria entre o município, CEA e Fórum de Economia Solidária resultou na orientação positiva para melhorar a comercialização da produção, um dos principais e antigo entrave enfrentado pelos produtores. “As ideias vão melhorar a qualidade agrícola e sociocultural do município. Dar um norte para os produtores”, afirmou.
“É uma parceria para ajudar o agricultor a ganhar mercado”, disse a técnica da Emater em Flores. Hoje, há um grupo que comercializa para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mas outros ainda dependem de atravessadores, que pagam um valor irrisório. “A presença de agricultores de Flores mostra que eles estão acordando e começa a surgir uma luz para os agricultores.
Na avaliação de Maria Adélia Conceição dos Santos, do PA Santa Clara, é hora de arregaçar as mangas e trabalhar. “Temos potencial para isso e o apoio de muita gente que está aqui nos auxiliando. Inclusive a economia solidária (se referindo ao Fórum Nacional de Economia Solidária). Somos um grupo”.
O produtor Vicente, também do PA Santa Clara, destaca que a agricultura familiar precisa mesmo de apoio para fortalecer as atividades, seja na agricultura ou no artesanato. Manter rotas solidárias superará a presença do atravessador que paga pouco para o agricultor. “Ele vai querer produzir mais, por que haverá maior retorno”.
Já o produtor Elmar de Oliveira Silva avalia que se a questão da compra e venda de produtos for resolvido, um dos pontos mais importantes estará nado. “Agora é trabalhar e tocar pra frente e desenvolver o projeto que beneficiará o município e a região”, afirmou.
Projeto Centro-Oeste Solidário
Durante a reunião, a coordenação do CEA atualizou as informações referentes ao Projeto Centro-Oeste Solidário. Com a segunda parcela, a estruturação da Base de Serviço e Apoio à Economia Solidária do DF e Entorno será estruturada com um escritório e uma “unidade móvel” de apoio ao trabalho da assessoria técnica aos 15 empreendimentos listados na região.
Na reunião territorial foram feitas a revisão das atividades programadas no trimestre passado e o planejamento das atividades do próximo trimestre. Na parte da tarde foram trabalhados os planos de ação para o segmento do artesanato e da agricultura familiar.
Políticas Públicas
Em Flores de Goiás está surgindo um centro popular de economia solidária. Ele nasce da base e se articula com os poderes constituídos dando voz à população que vive e precisa da economia solidária. Segundo o secretário de Meio Ambiente a lógica de constituir planos que viram leis – a exemplo do plano municipal e a política de economia solidária – são referenciais que poderão contribuir, em médio prazo, com a política de inclusão produtiva pelo viés da economia solitária. Ela pode retomar e apontar um futuro de reorganização do setor a partir de novos referenciais.
Deixe seu Comentário