Alunos e funcionários da Escola Família Agrícola (EFA) de Natalândia, município situado a noroeste de Minas Gerais, participaram da inauguração de um biodigestor, cujo gás será usado na preparação da alimentação de 450 alunos, professores e servidores. O evento aconteceu no último dia 10, dentro do projeto “Multiplicando Energias Renováveis -capacitação e construção do biodigestor selado” que marcou a semana do técnico agrícola.
O diretor da EFA de Natalândia Clênio Vinicius Gontijo, destaca a importância da parceria entre diferentes instituições, entre elas o Centro de Estudos e Assessoria (CEA). Juntos, foi possível reunir esforços e recursos para a construção do segundo biodigestor na região. “Esse biodigestor foi uma grande conquista, assim os alunos aprendem a importância de usar uma tecnologia relativamente barata que faz toda a diferença na vida do produtor”, disse.
Para ele, são técnicas que podem contribuir para vencer o êxodo rural, um dos maiores desafios enfrentados pela escola e as próprias famílias. Os 450 alunos estudam em regime de alternância – 15 dias na escola, 15 dias em casa, período em que podem aplicar o conhecimento adquirido.
“Ao praticar o que aprenderam na escola, os estudantes aumentam o interesse pelo meio rural e por sua comunidade. Lá, eles podem desenvolver sua própria habilidade, buscando a sustentabilidade e um futuro melhor para a família e próprio jovem”, destacou. A escola atende jovens de mais de 20 municípios mineiros, goianos e do Distrito Federal. Segundo Clenio Gontijo, o maior compromisso é buscar a família e motivar o estudante para que ele tenha maior interesse pela zona rural e não saia para a cidade buscando outras atividades.
A secretária de Educação do Município, Neily Maria Machado Alves disse que o biodigestor veio para trazer tecnologia e economia. Antes, o consumo mensal alcançava cinco botijões. “Agora já não haverá mais esse gasto”, afirma ela. A tecnologia chega à escola e também aos assentamentos agrícolas. “Está sendo construindo um no assentamento Mangal e a gente pretende levar nossos alunos para conhecer essa nova tecnologia que além de avançada também é fonte de renda para a agricultura familiar”.
Neily Alves destaca a importância de diminuir a poluição ambiental. “Aquilo que antes se descartava, jogava fora, agora será aproveitado e transformado em gás e fertilizante biológico”, afirma. Ele se refere ao esterco, matéria prima para a produção do gás. Subproduto gerado no processo, o biofertilizante é usado para adubar a terra. “Isso é muito positivo para o nosso município”, afirma.
As duas monitoras da cantina Rosilene e Sueli têm uma visão prática: para ela o biogás acelera o cozimento e a ausência do botijão de gás na cozinha, garante a sensação de maior segurança. “A água ferve mais rápido”, conta Rosilene. Sueli avalia a mudança de sistema de forma muito positiva.
Além de zerar o gasto com a compra de gás envasado a escola – que investe preferencialmente na produção de alimentos saudáveis –adota um gerador de gás não poluente e um fertilizante natural para hortas e outras plantações. Também diminui a poluição criada pelo esterco, antes descartado na natureza. O risco de explosão diminui, especialmente porque desde a instalação do biodigestor, os alunos adotaram a cozinha como um lugar especial.
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